Por que o povo não se revoltou?
Política e Poder - Por Jefferson Lázaro
A partir do próximo ano, a quantidade de cadeiras disponíveis no Legislativo municipal passará de 13 para 15, conforme projeto de lei aprovado, em primeira votação, na sessão ordinária realizada na última terça-feira.
A partir do próximo ano, a quantidade de cadeiras disponíveis no Legislativo municipal passará de 13 para 15, conforme projeto de lei aprovado, em primeira votação, na sessão ordinária realizada na última terça-feira.
Isso acontece num momento em que a ordem é cortar gastos, em virtude do delicado momento econômico pelo qual passa o país.
Ora, qual é a finalidade de aumentar as vagas no Legislativo Municipal
senão a de aumentar as chances de reeleição dos próprios vereadores? Por
acaso, há algum vereador com medo de não se reeleger na eleição do
próximo ano? Pelo que parece, sim.
Hoje, segundoinformações do Senadinho Macaíba, um “leitor anônimo” disse ao referido blog que “Mesmo com mais vereadores, os custos da câmara não mudariam”. Será?
Como seria possível aumentar a quantidade de vereadores sem que com isso
aumente-se também os gastos da Câmara? Os novos vereadores não terão
direito a salário nem a verba de gabinete, é isso?
O “vereador anônimo”, ou melhor, o leitor anônimo disse ainda que “com o
aumento, haverá uma maior representatividade da população”. Outra
afirmação que não se sustenta: aumentar o número de vagas no Legislativo
Municipal não implica, em hipótese alguma, aumento de
representatividade.
Representatividade não está diretamente relacionada à quantidade de vereadores, pelo menos não necessariamente.
Pode-se ter um grande número de vereadores e não ter representatividade
alguma perante o povo. Esse é o caso de Macaíba, onde, pelo menos, 11
dos 13 vereadores não têm representatividade alguma perante a população
macaibense.
A verdade é que, com o aumento dessas duas vagas, o que se pretende por
parte dos vereadores é aumentar as próprias chances de reeleição.
Principalmente para os vereadores menos votados na eleição de 2012 -
como é o caso de João de Damião, Ismarleide, Dadaia e Antônio França –
que são sérios candidatos a ficarem de fora da próxima legislatura.
Acrescente-se a esta lista os vereadores que tiveram votação mediana na
última eleição e que têm grande rejeição popular, como é o caso dos
vereadores Rodrigo Nasser e Edma Maia e o presidenteda Câmara, ver. Gelson Lima.
A propósito, o fato de Gelson Lima ter votado contra a lei do aumento de
vagas no Legislativo não significa que ele é contra tal aumento.
Trata-se, apenas, de uma jogada política para ganhar a simpatia do
eleitor: Gelson Lima sabia, por cartas marcadas, que os votos
necessários para aprovação da tal lei já estavam garantidos; em vista
disso, porque não, pelo menos uma vez, votar a favor da vontade popular?
O aumento de vagas no Legislativo pode até está respaldado pela
Constituição, conforme disse o tal “leitor anônimo” ao Senadinho.
Entretanto, perante a vontade popular, esse aumento é imoral e
vergonhoso.
Não obstante, há uma questão importantíssima a ser refletida diante de
tal acontecimento político, que vai além de meras suposições políticas,
bem como dos “mensalinhos”, é a seguinte:
Por que, diferentemente do que está acontecendo em diversas cidades do
país, nas quais o povo está cobrando a redução dos salários dos
vereadores, nada de concreto foi feito por parte do povo para impedir
que o aumento de vagas fosse aprovado em Macaíba? Por que o povo, mesmo
sendo contra a essa medida, não se revoltou a tal ponto de ir à Câmara
Municipal impedir que o aumento se concretizasse?
Essa é uma questão que deve ser respondida conforme o entendimento de cada leitor, inclusive do tal “leitor anônimo”...
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