24 de jun. de 2015

Publicado em 24/06/2015

Não foi só
a USP que se calou

Quando atingiram a USP, não havia mais o que reprimir na UFRJ.



A propósito do post em que Sergio Ferro denuncia o silêncio da USP diante das arbitrariedades do regime militar, o Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail:


O silêncio foi de todas as universidades, ô Paulo Henrique.

A USP não tem originalidade nem na repressão.

No Rio foram de fato ou praticamente fechados o ISEB, o Instituto de Ciências Sociais da UFRJ, o Centro Latino Americano de Ciências Sociais e o Departamento de Ciências Sociais da Puc.

Nomes?

Foram punidos todos os membros do Iseb, inclusive antigos, à exceção de Nelson Werneck Sodré e Helio Jaguaribe.

A rádio MEC foi invadida e Maria Yeda Linhares, catedrática de História da FNFilosoifa e então diretora da rádio, presa.

Toda a primeira geração dos Cadernos do Povo ou se exilou ou foi presa ou, no mínimo, punida com aposentadoria magrela.

Apenas para seu conhecimento, fui aposentado do MEC na última lista do Castelo Branco, em outubro de 64, jamais recebi um centavo e nunca pedi ressarcimento depois da anistia.

As Ciências Sociais do Rio de Janeiro que começavam a ganhar envergadura internacional foram dizimadas e levaram 20 anos para se recuperar.

Tudo isso em menos de um ano, logo depois de 64.

Uma boa testemunha de toda essa história é Stela Amorim, hoje aposentada da UFRJ.

Nos anos 70, quando de fato a USP foi atingida com vigor, não havia mais o que reprimir no Rio de Janeiro.

Grande abraço



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