29 de jul. de 2015

A GRANDE FAMÍLIA.

Para Entender a Lógica e as Origens do Poder em Macaíba¹

Por Jefferson Lázaro - Política e Poder
As bases históricas sobre as quais a sociedade macaibense foi constituída foram os grandes latifúndios de terras e a propriedade escravista. Tudo começou com a distribuição das primeiras sesmarias e logo em seguida com a fundação do Engenho Potengi, atual Solar do Ferreiro Torto. Essa formação econômica, comum a todo nordeste brasileiro, teve papel importante na distribuição do poder político local. Ela foi à causadora, por excelência, das desiguais relações de poder econômicas e políticas de Macaíba.

Aos longos dos anos, criou-se uma “elite política bem relacionada com o poder”, que por muitos anos ditou os rumos políticos da cidade. Por cerca de 70 anos os interesses de Macaíba estiveram atrelados aos interesses da família Mesquita. Em 1934, após ter sido eleito membro da intendência². Alfredo Mesquita Filho foi escolhido pela revolução Prefeito de Macaíba, cargo que exerceria ainda por dois mandatos. A hegemonia política iniciada por Alfredo Mesquita durou até o começo dos anos 2000, quando o candidato a prefeito Luiz Gonzaga (vulgo Luizinho), apoiado pelo ex-prefeito Valério Mesquita, filho e herdeiro político de Alfredo Mesquita, perdeu a eleição para o desacreditado e desajeitado médico do Hospital Regional de Macaíba, Fernando Cunha Lima Bezerra.

Com a vitória de Cunha, o povo da cidade pensou está livre de oligarquia. Parecia que, de uma vez por todas, a cidade encontraria o caminho da mudança, haja vista que Cunha era “sangue novo” e contava com grande apelo popular. No entanto, não foi isso o que aconteceu. Macaíba caminhou para uma segunda oligarquia, dessa vez comandada inteligentemente por Fernando Cunha e família.
A gestão Cunha, desde o primeiro mandato, tornou-se uma oligarquia na medida em que todas as decisões políticas começaram a ser tomadas por, basicamente, três pessoas: Fernando, Sérgio e Ederlinda Cunha.

O povo, a parte mais importante nessa história, nunca teve vez com o atual prefeito no poder. Se me perguntarem qual seria a maior crítica que eu poderia fazer aos 15 anos de hegemonia política do trio Cunha, diria, certamente, que seria a “concentração do poder político”. Até os vereadores que deveriam defender os interesses do povo perante os desmandos do Prefeito estão, quase todos, sob o poder político do prefeito³.
O papel de um gestor público é servir aos interesses públicos. Em Macaíba, essa lógica se inverte: é o interesse público que serve ao bem do prefeito e o de sua família. Comenta-se pelos bastidores que o dinheiro está correndo solto pela cidade. De fato, algumas movimentações de pseudo-oposicionistas corroboram com estas suposições. Mas nada que impressione. Esses tipos de coisas são comuns na política macaibense. Funciona assim: (1) o indivíduo coloca-se como oposição ao prefeito; (2) fingi que é uma liderança política para chamar a atenção dos que estão no poder; (3) conseguir um emprego na Prefeitura ou outra boa vantagem pessoal; e (4) sair falando mal dos que permanecem na luta por uma sociedade macaibense mais igualitária.

Deserções acontecem. Cooptações fazem parte da lógica do jogo pelo poder. Quem está do seu lado, amanhã pode está do lado de lá. Mas a luta por uma gestão democrática é maior que tudo isso. Agora, o que não dá é apoiar um prefeito que há 15 anos governa de costas para o povo.
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[1] As informações históricas deste artigo foram retiradas do Blog História e Genealogia. Disponível em >http://www.historiaegenealogia.com/2009/10/alfredo-mesquita-filho.html <
[2] Nos dias de hoje cargo equivalente ao de vereador. 
[3] Falarei mais sobre isso em um próximo artigo.

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