10 de jul. de 2015

DILMA TEM QUE DAR BOAS NOTÍCIAS AOS TRABALHADORES,DIZ PREFEITO DO PT.


Publicado em 10/07/2015

Marinho: caiu
a ficha da Dilma

Para o Lula sair à rua, ela tem que dar boas notícais … ao trabalhador ​


Luiz Marinho, prefeito reeleito de São Bernardo, um dos responsáveis pela vinda da Gripen/  SAAB/Scania para o programa de caças – veja na entrevista ao Conversa Afiada – é um dos melhores quadros do PT.

Sereno, criativo – foi ele quem bolou o “credito consignado”- , bom de voto.

Um dos que o Lula ouve (sempre).

Ao Estadão, nessa sexta-feira 10/7, Marinho fez observações bem informadas (como sempre):


- Precisamos de uma ação para as empresas envolvidas na Operação Lava Jato, porque há sinais de quebradeira das empresas. Agora, como o Aécio (Neves, senador e presidente do PSDB) pode dizer que Dilma não vai terminar o mandato? Ele não é juiz, não julgou e não tem provas de nada. Os que contribuíram para a campanha de Dilma contribuíram para a dele. Vão dizer que o dinheiro da Dilma é sujo e o dele é limpo, se a fonte é a mesma … É uma falácia.

(…)


- O PT não vai acabar, é uma instituição forte. O governo sofre um momento passageiro de desgaste, mas vamos recuperar a credibilidade. Dilma vai iniciar uma agenda diferente da que vinha fazendo e passar a governar um pouco diferente. Este é o clamor meu, do presidente Lula e de todos os dirigentes do partido. E que ela passe a ser, como disse (ao jornal Folha de S.Paulo), uma espécie de caixeiro-viajante, mas não só fora do País.
(Veja entrevista à TV estatal russa ) Que Dilma coloque o capacete de engenheiro, vá para a linha de frente e fiscalize as obras que está fazendo nas cidades.

(…)


É Dilma quem deve liderar este processo. Se voltarmos ao primeiro mandato de Lula, veremos que em 2005 ele também sofreu uma tentativa de golpe da oposição, no auge do mensalão. E o que ele fez? Disse que, para derrotá-lo, deveriam trabalhar mais do que ele e saiu pelo País dizendo o que o governo estava fazendo. A Dilma precisa ter a mesma reação. Dilma trabalha muito, mas precisa sair do gabinete e rodar mais o País. Claro que o ajuste fiscal era necessário, mas ela precisa priorizar a fase de caixeiro-viajante agora.

(…)

É preciso que a presidenta Dilma rode primeiro o País, para Lula rodar depois. Ela precisa criar as condições para ele sair a campo também, para ele reproduzir o que ela está falando.


Estado – Qual sua avaliação sobre a Operação Lava Jato?

É uma opinião de leigo, apesar de eu ser bacharel (em Direito). Não estudei os processos, mas como cidadão vejo de forma espantosa como um juiz de primeira instância (Sérgio Moro) possa colocar de joelhos as instâncias superiores da forma como tem feito. Parece até encomenda e é preciso que as instâncias superiores assumam a responsabilidade por este processo. É um absurdo que delatores A, B ou C acusem alguém sob tortura.


Navalha
Caiu a ficha da Presidenta.
Foi quando ela se deu conta de que o PSDB, na convenção, decidiu ir mesmo para o Golpe.
Com o FHC de timoneiro.
Ainda que não tenha autoridade moral para criticar – nem derrubar – ninguém, como disse o deputado Silvio Costa, em inesquecível discurso.
Caiu a ficha dela.
Ela finalmente vai para a rua, como sugerem o Lula e o Marinho.
Vai vestir o capacete de engenheira.
Só não vai dar entrevista todo dia, falar direto ao povo – como faria o Obama -, porque não tem onde falar: os governos do PT ficaram presos na gaiola da Globo – e limitados por um alcance crescente, mas insuficiente da internet.
Ela e o Conversa Afiada – modestamente … – tiveram acesso a um conjunto de pesquisas – inclusive pesquisas “qualis” – que identificou o sentimento anti-Dilma, exatamente no eleitorado que a elegeu.
Foi quando, com medo de perder o grau de investimento nessas desmoralizadas agências de risco, o Governo saiu da vitoria na eleição, ainda em dezembro, para legislar com MPs que, necessárias ou não, atingiram o trabalhador.
A MP que passou de seis meses para um ano e meio o tempo de trabalho para poder receber o seguro desemprego.
E a MP que apertou as condições para receber a pensão por morte.
O trabalhador mal reelegeu a presidenta trabalhista e só ouve falar em ajuste.
Tinha um ministro capenga (Mantega), no cargo, e um nomeado (Levy), que não estava empossado, e só falava em ajuste.
Cortem, cortem, corte, dizia o nomeado e não empossado!
O PiG delirava, em coro: corte, ajuste, corte , ajuste!
O PiG e os tucanos souberam explorar muito bem. “Tá vendo ? Ela traiu vocês ! Ela vai fazer o nosso programa!”
Foi aí que a vaca começou a ir pro brejo.
Dilma provocou o sentimento de decepção, a desconfiança: seu eleitor tinha sido traído, ludibriado.
Por causa das agências de risco e a obsessão com o ajuste, ajuste, ajuste.
Ela não tinha boa noticia !
E a Lava Jato vazando no PiG, vazando, vazando 3.014 delações pressionadas.
Umas dez por dia !
Os investigativos repórteres do PiG não conseguem acompanhar o ritmo alucinante do que jorra da Vara de Guantanamo.
Essas pesquisas tem uma boa noticia, porém.
A decepção com a Dilma não se reflete em adesão aos tucanos.
O trabalhador e boa parte da classe media ainda reconhecem que com o Lula e a Dilma eles subiram na vida.
A decepção com a Dilma não levou ninguém a acreditar na patuscada do Menino do Rio, nem a comprar livros do timoneiro do Golpe.
O problema da Dilma é com a Dilma.
Por que o Lula ainda não foi para as ruas?
(E não deveria ir: deve dar preferência a recintos espaçosos, mas fechados.
Para evitar os provocadores.
E com total acesso à internet, com transmissão ao vivo dos eventos !)
Porque ele precisa ter argumentos para vender ao povo.
“Calma, tá ruim, mas vai melhorar. Depois de ajuste, inevitavel, vai melhorar. Por causa disso, disso e disso.”
Mas, não vai falar em ajuste fiscal ou grau de investimento !
Vai chegar no bolso do fregues.
No coraçao, como diz o Silvio Costa !
Com emoção !
Com aquela incomparável oratória do Lula, que tanto ódio provoca no timoneiro do Golpe !
Agora que a ficha caiu, a Dilma vai fazer o mesmo.
Fazer aqui o que faz no exterior.
Bater nos Golpistas.
E se reaproximar dos que a elegeram e estão, por agora, decepcionados.
É difícil.
Mas, tem conserto.
O povo não é bobo.

Paulo Henrique Amorim


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