Política e Poder – Por Jefferson Lázaro
No artigo da semana passada fiz uma
breve discussão sobre o princípio da separação dos três Poderes, assim
como duras criticas ao presidente da Câmara, Gerson Lima, por sua
postura bajuladora em relação ao prefeito e por ele ter transformado a
Câmara numa mera Secretária Municipal da Prefeitura. Hoje, farei uma
análise política sobre a conjuntura interna da Câmara.
A Câmara Municipal de Macaíba é composta por 13 vereadores, sendo sete
homens e seis mulheres, a saber: Edvaldo Emídio (PMDB), Silvan Freitas
(PROS), Rita de Cássia (PROS), Luizinho (PSB), Socorro Nogueira (PROS),
Rodrigo Nasser (PSDB), Gerson Lima (PROS), Edma Maia (PROS), Dr. Antônio
(PTN), Dadaia (PROS), Kátia Sena (PRP), Ismarleide (PROS), João de
Damião (PROS).
Essa é a atual composição da Casa por
ordem decrescente de votos, que cada vereador recebeu nas eleições de
2012. Como vocês podem, o ver. Edvaldo Emídio foi o mais votado no
geral, tendo recebido 1.948 votos. Em seguida está o ver. Silvan Freitas
com 1.661 votos e a ver. Rita de Cássia com 1.546 votos.
Dentre os homens, a composição ordinal
de vereadores por quantidade de votos recebidos foi: Edvaldo Emídio,
Silvan Freitas, Luizinho, Rodrigo Nasser, Gerson Lima, Dr. Antônio e
João de Damião.
Dentre as mulheres, essa ordem ficou assim: Rita de Cássia, Socorro Nogueira, Edma Maia, Dadaia, Kátia Sena e Ismarleide.
Assim, podemos ver que na Câmara de
Macaíba há, apenas, uma variação de cinco partidos, quais sejam, PROS,
PMDB, PSB, PSDB e PRP. Isso aconteceu depois que, em outubro de 2013,
oito dos treze vereadores, juntamente com o prefeito, filiaram-se ao
PROS, partido comandado pelo demagogo deputado estadual, Ricardo Motta.
Tal manobra política, até então inédita
em Macaíba – quem sabe até no estado – repercutiu em toda imprensa
estadual, e simbolizou a consolidação da hegemonia política de Fernando
Cunha sobre o legislativo municipal. Se havia alguém com dúvidas de que
Fernando mandava e desmandava na Câmara, a partir desse momento ficou
evidente que seu poder e sua influência eram preponderantes.
Hoje, a base aliada do prefeito é
diferente da base aliada que ele teve nos dois primeiros anos de seu
mandato. Em 2013 e, pode-se dizer, em 2014, Fernando Cunha contou com o
apoio incondicional de 10 dos 13 vereadores, a saber: Rita de Cássia,
Socorro Nogueira, Dadaia, Gerson Lima, Silvan Freitas, Edma Maia,
Ismarleide, João de Damião, Dr. Antônio e Rodrigo Nasser (observação:
apesar desses dois últimos não serem filiados ao PROS, eles são
totalmente coniventes com as ações do prefeito).
Essa configuração do apoio ao prefeito
mudou em outubro de 2014, quando o ver. Silvam Freitas oficializou seu
rompido político com Fernando.
A partir disso, Fernando passaria a
contar com nove dos 13 vereadores e a oposição com quatro, a saber:
Edvaldo Emídio, Kátia Sena, Luizinho e Silvam Freitas. Analisemos um
pouco a situação desses quatro vereadores:
(a) O ver. Edvaldo Emídio é um
oposicionista forte, haja vista que ele foi o candidato mais votado ao
legislativo municipal, tendo sido eleito com quase dois mil votos. Além
disso, ele conta com o apoio do seu filho e ex-vereador, Emídio Júnior,
que além de ter sido vice-prefeito de Marília Dias, também é uma
liderança política forte na cidade.
(b) A vereadora Kátia Sena, apesar de,
no geral, ter ficado em 11° lugar por quantidade de votos recebidos e no
5° lugar entre as mulheres, tem desempenhado um trabalho excelente
desde meados de 2013, época em que ela começou a se definir como
oposição. Vale lembrar, que foi nessa época em que eclodiu o Movimento
Revolta do Busão Macaíba, do qual fiz parte, e do qual a vereadora foi à
única que, de fato, se prontificou a nos ajudar. Hoje, pode-se, por
assim dizer, que Kátia é a vereadora mais atuante da Casa. Prova disso é
que seu nome está na boca do povo.
(c) O ver. Luizinho, após cerca de 20
anos afastado da Câmara, retornou a esta Casa com a expectativa de que
ele fosse o principal oposicionista de Fernando. No entanto, isso não
aconteceu, pois o vereador tem deixado a desejar quanto a seus
posicionamentos políticos – ora ele diz uma coisa, ora ele diz outra.
Nesse sentido, Luizinho deve ser mais incisivo e firme nas suas palavras
e ações, uma vez que ele está correndo o risco de frustrar seus
eleitores.
(d) Por fim, considero o deslocamento
político do ver. Silvam Freitas para a oposição um marco importantíssimo
para a atual legislatura macaibense. Como disse, Silvam foi o segundo
vereador mais votado na última eleição. Com o rompimento político entre
ele e o prefeito, a oposição agora conta com o 1° e 2° vereador mais
votado nas eleições de 2012. Juntos, eles somam quase 3,5 mil votos. É
inegável que só a saída de Silvam da situação fortaleceu e muito a
oposição. Agora, realmente, vamos esperar como será a atuação política
de Silvan. Mas, pelo o que eu estou acompanhando, até agora, ele tem
demonstrado que está disposto a colaborar.
Enfim, a configuração política da Câmara
de Macaíba é essa. De um lado, nove dos 13 vereadores são completamente
subservientes às ordens do prefeito. Do outro, quatro vereadores,
dentre eles o 1° e o 2° mais votado, assim como a vereadora mais atuante
da Casa e um ex-prefeito, fazem parte da oposição. Se esses quatro
trabalharem em conjunto, certamente Fernando Cunha terá infinitas dores
de cabeças. A conferir…
Fonte: Cidadão Macaibense
Nenhum comentário:
Postar um comentário