Após o Blog do secretário de assuntos de
governo, Lindoarte Lima, divulgar matéria afirmando que o jovem
universitário, Jefferson Lázaro, corre risco de ser expulso da UFRN, o
Senadinho entrevistou Jefferson, para assim esclarecer aos leitores a
verdade dos fatos. Confira:
P: O blogue Informativo Atitude afirmou que você pode ser expulso da UFRN. Isso é verdade?
R: Não. Isso é calunia. É importante esclarecer ao povo de Macaíba que: Jefferson Lázaro NÃO CORRE RISCO,
em hipótese alguma, de ser expulso da UFRN. Até porque, ao contrário do
foi dito no Informativo Atitude, o Processo Administrativo Disciplinar
(PAD) que foi aberto já está encerrado.
P: E a suspensão de vinte dias, procede?
R: Sim, procede. No entanto, é preciso
esclarecer duas coisas: (1) não fui suspenso por dano material ao
patrimônio público, nem por ato de vandalismo algum; (2) essa suspensão
nada tem a ver com vídeo do restaurante que Lindoarte está usando para
me difamar, pois o caso do vídeo ocorreu no dia 16 de março e o processo
diz respeito, apenas, ao protesto do dia 18 de março, ou seja, dois
dias depois. Ou seja, Lindoarte está me acusando por coisas que eu não
fiz. Isso é crime e está previsto no código penal. Trata-se de injúria,
calunia e difamação.
P: Então quais foram os motivos para a sua suspensão?
R:
Esse é o X da questão. No processo, nada foi provado contra minha
pessoa. A decisão da comissão responsável pelo PAD está completamente
equivocada. Para se ter uma ideia, sequer minha defesa escrita e meu
depoimento foram analisados na decisão final.Trata-se, portanto, de uma
sanção forçada, exagerada e com o claro objetivo de me prejudicar, assim
como também aos outros estudantes que estão no processo. Mas o POVO DE
MACAÍBA PODE FICAR TRANQUILO, pois, ontem mesmo, juntamente com o
advogado que está acompanhando o caso, protocolei um Pedido de
Reconsideração (recurso) no Gabinete da Reitora. Este recurso, conforme
previsto no art. 234 do Regimento Geral da UFRN tem efeito suspensivo.
Isso significa que, até segunda decisão, a punição dos 20 dias está
suspensa.
P: Qual foi o motivo do protesto? E o que vocês estavam reivindicando?
R:
No início deste ano, o Restaurante Universitário (RU) foi transformado
num verdadeiro presídio, o carandiRU. Antes, o que controlava o fluxo de
entrada no RU era, apenas, roletas de três braços, dessas que têm nos
alternativos. Aí a reitora inventou de colocar umas catracas enormes,
que parecem mais catracas de presídio. O resultado foi que se formaram
filas quilométricas, nas quais os estudantes tinham que esperar mais de
40 min para poder almoçar, isso com mochilas pesadas nas costas e
debaixo do sol escaldante de Natal. Esse absurdo durou quase 2 meses. Os
estudantes fizeram vários atos simbólicos, como abaixo assinado,
oficina de cartazes, panelaço na Reitoria, feijoada coletiva em frente
ao RU, etc. Tudo foi feito, mas não houve dialogo algum com a reitora.
Aí, no dia 18 de março, eu, juntamente com cerca de 15 estudantes,
indignados com o que o descaso da reitora, fizemos um protesto, no qual
pulamos uma das catracas do RU. Resultado: na semana seguinte, foi
aberto um segundo refeitório para os estudantes poderem almoçar. Na
semana seguinte, o problema teria sido resolvido.
P: Em relação ao vídeo, como você explica o seu comportamento?
R:
Aquele vídeo foi feito por uma estudante. É importante dizer que ela
fez o vídeo para me apoiar e não para apoiar os seguranças. Ela quiz
mostrar a todos, principalmente os que não são alunos da UFRN, o absurdo
que tinha acontecido naquele dia em uma universidade pública do país.
Para quem não sabe, naquela época, os estudantes que não tinham grana
para almoçar – como é o meu caso – e que dependiam da Bolsa Alimentação
(almoço grátis para estudantes carentes) estavam tendo o seu direito
desrespeitado pela administração da UFRN. Só tínhamos duas opções: (1)
ficar na fila por cerca de 40 min e chegar na aula atrasado, levando
falta; ou (2) desistir de almoçar e ir assistir aula de barriga vazia.
Sobre o meu comportamento, apesar de está muito nervoso, não se tratou
de um ato de desrespeito ou agressão verbal. O problema é que o vídeo só
foi filmado no final de tudo, mas aquela situação durou mais de meia
hora. No momento do vídeo, eu já estava cansado, angústiado e sem voz,
pois era uma situação muito estressante. Os seguranças queriam me
colocar para fora. Eles não queriam me deixar almoçar. Daí o motivo
porque eu estava falando aos gritos. Não era um ato de desrespeito para
com o segurança e a nutricionista, mas um GRITO DE SOCORRO aos
estudantes que estavam presentes no restaurante naquele momento. É assim
que nos defendemos aqui na UFRN, pedindo a ajuda dos outros estudantes.
E é isso que pode ser visto no vídeo. Vejam que, a todo momento, eu
peço para o segurança se afastar e digo que estou falando alto para
todas as pessoas ouvirem e tomarem conhecimento do que estava
acontecendo. Enfim, é possível ver no vídeo que havia inúmeros
estudantes ao redor me apoiando, inclusive, com aplausos e palavras de
ordem. Ninguém iria tocar em mim ali, pois os estudantes não
permitiriam. Naquele dia, só almocei, porque um outro estudante fez meu
prato. É isso que mostra o vídeo.
P: Qual o motivo dessa perseguição do secretário Lindoarte para com a sua pessoa?
R:
O motivos são, principalmente, os textos que eu escrevo para o Blog
Cidadão Macaibense. Meus textos estão incomodando os irmãos Cunhas. São
eles que mandam Lindoarte e outros capangas me difamarem. Lindoarte é um
cargo da mais alta confiança do prefeito. Por isso que tudo o que ele
faz tem o dedo do prefeito no meio. Mas, claro, Lindoarte não é santo.
Claro que ele não é obrigado a fazer esse tipo de coisa. Só que ele
deveria se envergonhar de se prestar a um papel sujo desse, sobre tudo
porque ele me conhece desde que eu era criança. Fomos criados na rua
Olímpio Maciel. Ele conhece toda a minha família e eu conheço toda a
família dele. Eramos amigos. É lamentável, mas foi o caminho que ele
escolheu.
P: Jefferson, o blog está satisfeito com as respostas. Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa?
R:
Sim. Gostaria de dizer ao povo de Macaíba que não me deixarei abalar
com esse tipo de coisa. Irei tomar todas as medidas cabíveis para reaver
o dano moral que me foi causado. É inadmissível que um secretário do
mais alto escalão da Prefeitura de Macaíba, a mando do prefeito,
utilize-se de práticas tão desonestas e covardes para atacar os cidadãos
de bem desta cidade. Eu não fui primeiro a ser vítima desse jogo sujo.
Se nada for feito, também não serei o último.
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