Os
agentes de saúde de Pacatuba-CE, estão em greve desde a última
segunda-feira 22/02, e nesta terça-feira, 23/02, ocuparam a Câmara de
Vereadores do município, onde devem permanecer até que suas
reivindicações sejam atendidas.
A Luta dos ACS de Pacatuba-CE, por seus Direitos e contra um governo Ditador
Ao
todo são 115 Agentes Comunitários de Saúde, destes 60 agentes de saúde
ocuparam a sede da Câmara Municipal no final da tarde desta terça-feira,
23/02 onde se revezarão em escalas de greve. Eles reivindicam o retorno
do incentivo financeiro, suspenso pelo prefeito Alexandre Magno Alencar
há cerca de um ano e meio.
Os agentes de saúde passaram a noite no parlamento municipal e receberam o apoio da população, que levou água e alimentos para os trabalhadores.
Depois
muitas tentativas de negociação, os agentes comunitários de saúde de
Pacatuba decidiram entrar em greve a partir da última segunda-feira, 22
de fevereiro. Além de não pagar o incentivo financeiro com o recurso que
vem do Ministério da Saúde para os agentes de saúde, o prefeito ainda
ameaça dispensar o trabalho dos profissionais, que são vinculados ao
Governo do Estado, prejudicando a população com a redução de cerca de 60
por cento na equipe de agentes de saúde em atuação no município onde
mais de 10.000 famílias serão desassistidas. A atitude arbitrária do
gestor demonstra descaso com a população e com os profissionais da
saúde, em momento delicado quando Pacatuba já conta com pelo menos
quatro casos de microcefalia em investigação.
Os
65 agentes devolvidos à Secretaria da Saúde do Estado são pagos pelo
governo estadual, não gerando gastos ao município. Pelo contrário, com a
decisão de revogar a Lei do Incentivo há mais de um ano e meio, já se
alcança uma receita de mais de 1,2 milhão de reais sem justificativa da
destinação destes recursos que são carimbados por Portaria Ministerial.
Para
o dirigente do Sindsaúde, Quintino Neto, que passou a noite em vigília
com os agentes de saúde, o prefeito atenta contra os trabalhadores e a
população, abrindo um precedente perigoso, cuja marca é a perseguição e a
retaliação ao direito constitucional de greve em defesa de pautas
justas e legítimas dos ACS com vínculo Estadual. Para ele, nenhum agente
de saúde do Estado ou município podem admitir atos irresponsáveis e
inconsequentes. ”A categoria não se curvará aos desmandos e
arbitrariedades do gestor, pois, não será um prefeito às vésperas de
perder seu cargo eletivo, que irá atentar contra trabalhadores que
dedicam-se há mais de 20 anos a saúde da população” - finaliza.
Mais
de 300 agentes comunitários de saúde e de endemias dos municípios da
Aglomeração Urbana de Jundiaí-SP, (AUJ) participaram, nesta quarta-feira
24/02, do 3º Encontro Regional de Agentes Comunitários de Saúde.
O
evento, no anfiteatro da Unip, contou com participação de
representantes do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7) e
da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria
Estadual de Saúde.
O secretário de Saúde de Jundiaí, Luís Carlos Casarin, deu boas-vindas aos participantes de
cidades que formam a AUJ, como Itupeva, Louveira, Jarinu, Várzea
Paulista, Cabreúva, Campo Limpo Paulista, além de Jundiaí. Ele destacou
a importância do trabalho dos agentes comunitários, especialmente nesse momento para o controle e combate do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya.
ou um grande defensor da Estratégia e Saúde da Família. O agente é uma figura fundamental.
A gente percebe a diferença das regiões onde temos agentes e de onde
não temos agentes atuando”, destacou. Casarin lembrou também o momento
delicado pelo qual o País passa pela questão das doenças transmitidas
pelo Aedes e frisou que a melhor forma de combate é acabar com os
criadouros. “Sabemos que 80% dos focos encontrados estão dentro das casas e por isso a atuação dos agentes é fundamental.”
Antes das palestras, o ator Roberto Caruso, de Itatiba, fez uma apresentação descontraída para integrar os participantes e
motivar ainda mais o trabalho dos agentes, colocando situações do
cotidiano de maneira bem-humorada. “Criei um roteiro específico. A ideia
é mostrar o quanto é importante o envolvimento desses profissionais. Eles são inspiradores, têm o poder de inspirar as pessoas de cuidarem do seu bem-estar”, explicou Caruso.
A
articuladora da Atenção Básica no Departamento Regional de Saúde de
Campinas (DRS-7), da Secretaria Estadual de Saúde, Lígia Bestetti,
reforçou aproposta do trabalho em conjunto entre os municípios da região de Jundiaí para o combate e controle do Aedes aegypti. “Não
há barreira física para o mosquito. E os agentes comunitários de saúde
são elementos importantes nesse processo. Vocês são as pessoas mais
próximas da comunidade”, frisou.
Sobre o encontro, que já está na terceira edição, Lígia destacou que esse é um momento de troca de informações entre os agentes e integração dos municípios. “Precisamos ter um novo olhar contra o Aedes, construir uma identidade regional, em que todos juntos desenvolvam ações contra o mosquito.”
A diretora técnica regional da Sucen, Renata Caporalle Mayo, apresentou para os participantes um panorama histórico e atual da situação da dengue e das novas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em São Paulo. Segundo ela, atualmente, dos 645 municípios do Estado, 641 têm a presença do mosquito. Onde não há registro, são regiões mais frias.
Renata também alertou para a adaptação do mosquito às condições climáticas.
“Até 2001, por exemplo, a região de Jundiaí não teve casos de dengue
registrados, enquanto outras cidades do Estado, em locais mais quentes,
já tinham dezenas de casos. Mas a partir de 2007, isso começou a mudar. Em 2015, o Estado teve 650 mil casos de dengue”, disse, ponderando que apesar do aumento de casos, a região de Jundiaí está em uma situação mais confortável em comparação a outras regiões.
Niza Souza
Fotos: Cleber de Almeida
FONTE: PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP.
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