Posted: 03 Jul 2015 10:54 AM PDT
Em uma entrevista coletiva incomum para um pontífice, o papa Francisco afirmou que os gays não devem ser marginalizados, e sim integrados à sociedade
Por Redação
Em sua primeira conferência de imprensa, em julho de 2013, Papa Francisco mostrou que veio para mudar definitivamente a visão da igreja católica sobre alguns assuntos.
Durante conversa de quase uma hora e meia com jornalistas durante o voo de volta ao Vaticano, após a visita ao Brasil, o pontífice citou o Catecismo da Igreja Católica para reafirmar a posição de que a orientação homossexual não é pecado, mas os atos são.
"Se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?", afirmou o pontífice.
A forma como o papa conduziu a entrevista coletiva durante o voo foi considerada algo inédito na história recente do Vaticano, segundo os jornalistas que participaram da viagem.
João Paulo 2° costumava falar com um ou outro jornalista, andando pelo avião. Segundo repórteres, era questão de sorte ser um dos escolhidos, e nem sempre se podia ouvir as respostas dadas a outros colegas.
Bento 16 exigia que as perguntas fossem enviadas com antecedência para que ele pudesse escolher três ou quatro e preparar suas respostas.
Mas Francisco optou por um estilo completamente diferente, falando diante de todos os jornalistas, com um microfone, e respondendo a 21 questões feitas na hora, falando por quase uma hora e meia.
Na conversa, o pontífice abordou vários assuntos de forma bastante franca, segundo os jornalistas. Sobre a ordenação de mulheres, por exemplo, ele disse que elas devem ter um papel maior na Igreja, mas acrescentou que a porta para a possibilidade de mulheres sacerdotes está fechada.
Não à ordenação das mulheres
De resto, e durante quase uma hora e meia, o Papa respondeu a uma série de perguntas, sem guião e com candura. Por exemplo, sobre o aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, “dois temas sobre os quais ainda não se pronunciou”, notou o jornalista. “A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso, não me parece necessário voltar ao caso quando existe uma doutrina clara”, justificou Francisco, acrescentando em jeito de clarificação que “sou filho da Igreja, a minha postura é a mesma”.
Quanto à possibilidade da ordenação de mulheres, o Papa sublinhou que essa “porta foi fechada” por João Paulo II. Mas apesar de recusar a sua ordenação, Francisco reconheceu que as mulheres têm um papel activo: “Uma Igreja sem mulheres é como o colégio dos apóstolos sem Maria”, acrescentando que a mãe de Jesus “é mais importante que os bispos”, cita a AFP.
No que diz respeito às pessoas que se casam depois de um divórcio, Francisco respondeu que essa é uma reflexão a fazer no âmbito da pastoral para o casamento e que os oito cardeais que nomeou para esse conselho devem apresentar propostas. “É sempre um tema e agora chegou o tempo da misericórdia, uma mudança de época”, avisou. Os divorciados podem comungar, o problema são as segundas uniões, acrescentou.
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