Será que alguém vai ter coragem de dizer que Aécio e a
“turminha da encrenca” que foi para a Venezuela estão fazendo papel de
palhaços em nome do Brasil?
Não, pousaram lépidos e fagueiros em Caracas, a bordo de um jatinho executivo da Força Aérea.
A comitiva de Aécio ficou presa (no bom sentido) num engarrafamento geral e isso foi um “cerceamento” à sua livre movimentação.
Dá pra ver na foto (abaixo) publicada em O Globo que todos os veículos estão parados no acesso à cidade.
Até o “cara de nojo” do senador paulista cooptado por Aécio reconheceu que não foi isso e O Globo registra: ” No Twitter, o senador Aloysio Nunes explicou que houve um acidente, e por isso o trânsito ficou parado”.
A tucaníssima repórter Maria Lima,de O Globo, diz que “já
em um ônibus, a cerca de um quilômetro do aeroporto, o veículo ficou
parado no trânsito e um grupo de cerca de 50 manifestantes começou a
bater na lataria e gritar”.
Realmente, as batidas na lataria são condenáveis, embora
aqui tenham feito isso com Sarney, no ano passado, e não vi ninguém da
turma do Aécio condenar o cerco dos “Revoltados Online” aos carros de
Sarney e de outros parlamentares para os impedir de votar no
parlamento.
Ficamos sabendo também que a excursão dos senadores
termina hoje à noite e, portanto, em menos de 12 horas eles vão poder
observar tudo e deitar falação sobre o que deve ou o que não se deve
fazer lá no país dos outros.
E visitar presos (sejam ou não presos políticos, mas
detidos por ordem judicial) sem autorização do Judiciário, onde é que
isso poderia acontecer?
Que diferença de gente respeitável como o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, que está com o seu Centro Carter trabalhando há meses na Venezuela para, como já fez de outras vezes, ajudar num processo eleitoral transparente, que é o que todas as pessoas de bem devem fazer.
E o nosso país, dominado por uma onda de histeria inédita
em nossa história recente é forçado a dar uma de “babá” de meninos
travessos, para não ser acusado de “cúmplice” dos “bolivarianos”.
Eu já estive na Venezuela – e não por 12 horas – e pude ver, já há dez anos – como o clima político é radicalizado.
Tão radicalizado que ocorreu um golpe de Estado, contra Chávez.
Se houver outro, desta vez contra Nicolás Maduro, alguém tem alguma dúvida sobre se Aécio, comitiva e mídia vão se posicionar?
Uma comissão de representantes do parlamento brasileiro
jamais poderia deixar de ter uma agenda ouvindo os dois lados, oposição
e governo venezuelanos, assim como deveria ter um encontro no
parlamento daquele país.
Se foi feita em nome de um dos poderes da República do
Brasil deveria ter sido tratada como um assunto de Estado, não como um
factóide promocional.
Mas o que foi feito, e ninguém quer dizer, foi uma pataquada.
Aécio Neves está virando um Marcelo Reis, o revoltado, com mandato…
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